Interseccionalidade e desigualdade social. Qual o significado?

A palestra visa discutir a construção da identidade racial brasileira e a autoclassificação e heteroidentificação dos indivíduos em termos de raça/cor a partir das cinco categorias comumente utilizadas nas pesquisas amostrais e censitárias de população: branca, preta, amarela, parda e indígena.

Esta palestra propõe uma análise do persistente abismo racial no Brasil a partir da perspectiva da interseccionalidade. Longe de considerar a raça como uma categoria isolada de desigualdade, a apresentação lança foco sobre as maneiras pelas quais articulam-se opressões como recortes em gênero, classe, sexualidade, geração e território. A partir da concepção de "Corpos racializados" refletimos as experiências de indivíduos e
grupos moldados pelas interconexões dessas múltiplas dimensões da desigualdade. Serão analisadas as formas como o racismo se manifesta de maneira diferenciada, impactando trajetórias de vida, acesso a direitos, oportunidades e a própria produção de subjetividades. Espera-se que a apresentação estimule uma reflexão crítica sobre as categorias de análise tradicionais e estimule um olhar mais atento para as desigualdades, reconhecendo potenciais da agência e da resistência presentes nas experiências dos corpos racializados em um país
atravessado por um passado e um presente de profundas injustiças raciais.