Bioeconomia do RN

O aumento do consumo de carne ovina por brasileiros é imprescindível para consolidação da cadeia produtiva e está diretamente ligado à melhoria na qualidade do produto que chega ao consumidor, que atualmente é limitado pelo abastecimento do mercado com carcaças oriundas de animais com idade avançada, o que compromete aspectos físicos, químicos e sensoriais da carne. Neste sentido, estratégias de manejo focadas na redução da idade ao abate e na intensificação da produção de animais jovens têm sido investigadas a fim de ofertar carne de qualidade e em quantidade ao mercado, atraindo novos consumidores e fidelizando os antigos. Logo, considerando as atuais conjunturas mercadológicas que cercam a produção de carne ovina e enxergando-a como um potencial agente propulsor da Bioeconomia do RN, infere-se que novas tecnologias que vislumbrem aumento de eficiência dos sistemas de produção, sem o comprometimento da sustentabilidade e da viabilidade econômica, precisam ser conversadas, desenvolvidas e aplicadas.

A fala será ilustrada com exemplos de trabalhos de pesquisa realizados há 13 anos com plantas de interesse farmacêutico que ocorrem na Caatinga. Diferentes abordagens serão contempladas, tais como uma planta da ressurreição, potenciais matérias-primas vegetais para cosméticos bem como uma rica diversidade química analisada pela perspectiva pouco tradicional das ferramentas ômicas. Ao conciliar dados fitoquímicos com proteínas e genes temos uma melhor compreensão do potencial da biodiversidade da Caatinga do RN

A procura de recursos naturais exploráveis transformou os oceanos em novas fronteiras, dando origem a conceitos como Economia Azul e Crescimento Azul, que muitas vezes deixam de lado as exigências ecológicas e, particularmente, as sociais. Existe um risco crescente de que a adoção desenfreada destes conceitos acentue as injustiças na forma como o ambiente marinho é acessado e os seus benefícios são partilhados. Em alguns casos, mesmo iniciativas de proteção dos oceanos da exploração econômica descontrolada podem levar à apropriação dos oceanos e à exclusão daqueles que dependem dele. Abordar questões de justiça social, o que vem se estabelecendo como Justiça Azul, é um novo movimento que procura trazer atores menos poderosos, como os pescadores de pequena escala, para a linha da frente da discussão sobre os usos e direitos dos
oceanos.